Estamos no primeiro dia de inverno aqui no Hemisfério Sul. Passamos o outono distanciados, quarentenados, justamente o outono que é o início do recolhimento da natureza, do preparo para os dias mais frios, cinzentos talvez.

Três meses, 90 dias e com certeza não somos mais os mesmos. Mudamos internamente e o reflexo externo se vê na nossa casa, nossos móveis, o que veio para dentro nesse novo tempo, o que saiu inexoravelmente durante o período da metamorfose. Uma mesa não é mais apenas uma mesa…foi pluralizada. Nossa estampa social deu lugar ao look confortável, autoindulgente, saudável, autoimune talvez. Temos um outro olhar para xícaras e canecas, cheiros domésticos que lembram a infância, sons perdidos no passado que contam que pássaros ainda existem e árvores falam, folhas estalam secas e podemos ouvir sussurros da natureza.

Na minha casa chegaram primeiramente itens de cuidados físicos:cama elástica, alguns halteres, faixas elásticas…depois, pouco a pouco, fui sentindo a necessidade de alimentar a alma, de fortalecer a minha musculatura emocional, mental, espiritual. Chegaram decks de tarô, óleos essenciais de aromaterapia, livros, até aqueles que jurei consumir “algum dia” ( e “algum dia” passou a ser mais abstrato e quase inatingível) e veio também um ukulele (tudo bem se vc não souber o que é, trata-se de um pequeno instrumento de cordas), enfim, pequenos mimos que alegraram o meu coração. Eu me permiti fazer dois cursos que têm me ajudado a melhorar a minha performance profissional, produtividade e minha energia pessoal. Estou cozinhando mais, comendo muita coisa natural, fazendo meu próprio pão, que eu já fazia, mas buscando me aperfeiçoar. Presto mais atenção na qualidade do meu sono, nos mais sutis sinais do meu corpo físico, nas minhas emoções, como me sinto em geral.

Percebi em mim uma força compassiva, empática e uma necessidade de ajudar de alguma forma as pessoas, os animais, a se alimentarem, a se sentirem preservados, em meio a esse medo do desconhecido, do amanhã, da vulnerabilidade, do abandono à própria sorte. Talvez ainda tenha feito pouco, mas fiz o que pude, o que me foi possível. 

Dois é mais que um e um é mais que zero…

Pois é, abri meu coração pra você. Agora eu quero saber de você. O que aconteceu com você no outono mais outono que jamais vivemos? Como você se vê frente a esse novo tempo? Sente necessidade de investir mais em alguma área da sua vida? Existe uma névoa sobre seus olhos que não permite que você se enxergue de verdade? Você se assustou alguma vez nesse retiro social, olhando-se no espelho ou contemplando a pessoa com quem você se relaciona, coma falta de afinidade com seu trabalho, com os valores que você vê norteando seu caminho?

É tempo de se conhecer. Passou da hora de saber quem somos de fato e o que viemos fazer aqui. Essa falta de autopercepção e direcionamento faz com quea gente se sinta um fantoche, uma pipa sem linha, um meteorito despencando no vazio no universo.

Olhe para sua casa agora. O que ou quem veio para perto de você durante a “pan”? Uma cafeteira, um mini forno, um livro de receitas, um curso de ioga, um cão, um gato? O que virou o melhor amigo? Quem é o novo você no novo mundo e quem será até o final do inverno?

Eu decreto em nome das forças universais que está proibido ser a mesma pessoa que você era há 90 dias!

E aproveito para te convidar a maratonar uma série incrível, uma viagem para dentro do próprio ser, uma vez que não podemos viajar de verdade, para fora, então vamos aproveitar e fazer essa viagem para dentro da gente. Você topa?

Imersão em Numerologia Cabalística – dias 22, 24, 26 e 29/06 às 20:00 horas – numerologiacabalistica.com.br